1ª – UM BOCADO DE TECIDO PRÉ-HISTÓRICO :
Passavam poucos meses sobre as importantes escavações na necrópole do Buço Preto e já José Formosinho e Abel Viana, agora também acompanhados por O. da Veiga Ferreira, se debruçavam sobre outra necrópole que consideraram muito mais importante e a que deram o nome de “PALMEIRA” (nome do local onde se encontra) e que se situa a cerca de 500 metros para NNW das Caldas de Monchique. Aliás afirmam mesmo que excluindo a estação de Alcalar é esta a estação que contém maior número de túmulos.
Vai ser porém noutra necrópole mais pequena, a da “BELLE FRANCE” (assim chamada por ser pertença de um cidadão francês) que descobrirão uma verdadeira relíquia – um fragmento de tecido - desses tempos remotos em que, pelos vistos, já se tecia e muito bem ! (Ver pagª 15, Figª 29)
Fragmento de tecido que embrulhava de maneira meticulosa um machado de bronze (pagª 15, Figª 30) que sendo do tipo primordial destes utensílios de bronze, deve pertencer ao bronze inicial, aliás de acordo com Julio Martinez Santa Olalla, in Cuadernos de Historia Primitiva, Ano I, nº 1, Madrid, 1946 .
2º – UMA NAVALHA DE BARBEAR DA IDADE DO BRONZE :
Já em Setembro de 1947, nas Caldas de Monchique nas obras de captagem das novas instalações termais (que então lá se realizavam), nos entulhos do barranco das Caldas de Monchique, perto da Fonte da Pancada nº 2, e que como simples entulho fora recolhida, foi achada uma navalha de barbear da Idade do Bronze , objecto que, parece, nunca tinha sido encontrado no nosso País.
“Tanto na forma como no tamanho aproxima-se muito do nº 1 da Serra de Burgos”.
Destes utensílios de barbeio, dizem os autores, se ocupa Santa-Olalla, in “Actas y Memorias de la Sociedad Española de Antropologia, Etnografia y Prehistoria, Tomo XVII, pp.127 a 164, Madrid, 1942. Aliás já no Egipto, no Egeu e outros locais se tinham usado navalhas de sílex e de obsidiana.
Para além de da apresentação de uma série de esquemas e túmulos portugueses econtrados nas Caldas de Monchique, comparando-os com os de Alcalar
e com os de túmulos espanhóis (segundo Georg Leisner e Alberto del Castillo)
compara também vários tecidos de lã e de esparto encontrados em diversos túmulos no estrangeiro, com o fragmento de tecido encontrado nas Caldas de Monchique e respectivo machado de bronze que o tecido embrulhava (pagª 15, Figs. 29 e 30),
assim como os diversos tipos de navalhas
Seguiremos, se Deus quiser, para os “RESTOS DE CAMINHOS ROMANOS NAS CALDAS DE MONCHIQUE”, obra também publicada em 1948 e que julgo de igual interesse.
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