quinta-feira, 10 de junho de 2010

2 - A CONSTRUÇÃO, PASSO A PASSO, DE UM MUSEU EM LAGOS

II – A SECÇÃO DE ARQUEOLOGIA

Estamos agora em 1934 !

Mas é bom relembrar o estado degradado a que a “Igreja de Santo António dos Militares” tinha chegado :

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e o “brinquinho” em que ficou após o “ataque” da equipa do Dr. Formosinho:

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A pedido posterior e insistente do Dr. José Formosinho, O Director-Geral dos Monumentos Nacionais – Engº Henrique Gomes da Silva – dirigiu e finalizou interessadamente a obra no tal anexo da Igreja, (onde a banda ensaiava), permitindo assim dar início à organização do Museu que, desde agora, passa a contar com duas salas: a Sacristia (onde ficou instalada a ARTE SACRA) e Este anexo.

Quatro anos antes resolvera o Dr. Formosinho aprofundar os seus conhecimentos de arqueologia, tendo em vista organizar, em Lagos, um pequeno museu. Apoiou os seus estudos:

  1. no “Archeologo Português”, (e de algum modo foi orientado pelo Prof. Leite de Vasconcelos);
  2. em Estácio da Veiga, nas suas “Antiguidades Monumentais do Algarve”;
  3. daqui que Alcalar, Aljezur, Molião, Boca do Rio, Fonte Velha, Abicada tenham sido preferências naturais de cujas explorações , foi trazendo objectos que, do Paleolítico ao Romano, conjuntamente com um pequeno esboço etnográfico (da sua colecção particular), depressa encheram este Anexo. Mostram-se seguidamente exemplos de como, de início, ficou esse anexo :
  • A ARQUEOLOGIA :

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ainda no chão da Boca do Rio montando o mosaico romanomontagem das placas no chão

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  • O ESBOÇO DE ETNOGRAFIA : (absolutamente indispensável nestes pequenos museus de província)

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* * *

Simultaneamente o Dr. Formosinho ia começando a compor o átrio da entrada:

O Dr. Formosinho compondo o hall de entrada  no Museu/1937

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sem esquecer, claro, a trasladação do célebre Pórtico da antiga “Ermida do Espírito Santo”, agora transformada em quartel dos bombeiros, depois de, com a implantação da República, ter sido transformada em armazém de vinhos! “O pórtico foi ainda enriquecido com a ferragem adequada, cópia de uma que existe no claustro da Sé de Lisboa, em trabalho perfeitíssimo de um hábil artista local, o Sr. José Pacheco” (como diz o “Diário de Notícias, de 7 de Março de 1937).

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1936 ! E já não há espaço no Museu !

A exploração da Abicada prolongar-se-á até 1939 !

Em 1937 começarão as investigações arqueológicas na zona circundante das Caldas de Monchique: Buço Preto; Esgravatadoiro; Rencôvo; Mirante da Mata; Vagarosa; Casinha da Moura; Pocilgais; Alcaria; Palmeira; Navête; Eira Cavada; etc.

Elas permitirão que:

  1. em 1950 seja comunicado ao “XIII CONGRESO LUSO-ESPANHOL PARA O PROGRESSO DAS CIÊNCIAS” que Como deixámos demonstrado, as necrópoles do bronze inicial, das Caldas de Monchique, abrem capítulo novo na arqueologia peninsular”. (Ver “ESTUDOS ARQUEOLÓGICOS NAS CALDAS DE MONCHIQUE” por A. Viana, O. V. Ferreira e José Formosinho, Lisboa 1950);
  2. e em 1955 possam concluir: “Não andaremos, pois, longe da verdade, se dissermos que as necrópoles de Monchique são posteriores ao monumento de Nora e imediatamente precedentes aos de Alcalar. Datarão, portanto, de cerca do ano 2 000 a.C.” (In “ESTUDOS ARQUEOLÓGICOS DAS CALDAS DE MONCHIQUE”, Porto/1955)

Vai então começar a grande batalha do Dr. Formosinho pela necessária ampliação do “seu” Museu !

Até lá, se Deus quiser !