quarta-feira, 30 de maio de 2012

DUAS LÁPIDES INÉDITAS

Em 1935, publicou o Director do Museu Regional de Lagos, como separata da revista “COSTA DE OIRO”, uma brochura intitulada “DUAS LÁPIDES INÉDITAS” em que noticiava a existência, no mesmo Museu, de duas lápides muito raras.
A primeira
Lápide Konios  é um precioso documento da epigrafia IBÉRICA do Algarve, de talisca (designação local do xisto).
Foi encontrada na Córte de Péro  Jaques, local a cerca de 24 quilómetros a NO de Lagos e fazia parte de uma sepultura na qual foram achadas também 56 contas de vidro, do tipo presumível de importação fenícia da Época do Ferro.

A segunda, encontrada no sítio da Fronteira, próximo de Bensafrim, Concelho de Lagos,
Lapide tumular Caius Julius Arenius  é uma lápide romana tumular, de pedra farinheira (grés vermelho da região) e de tipo mais vulgar.
A interpretação que o Dr. José Formosinho fez destes dois documentos segue com a apresentação da respectiva brochura:

Duas lápides (capa)SCAN0011SCAN0012SCAN0013SCAN0014

terça-feira, 29 de maio de 2012

O CAPACETE CÉLTICO DO MUSEU REGIONAL DE LAGOS

De entre os objectos importantes que o Dr. Formosinho conseguiu salvaguardar no Museu Regional de Lagos, encontra-se um valioso capacete de bronze achado, em 1940, junto das ruínas do  velhíssimo castelo de Aljezur, num sítio chamado de Várzea da Misericórdia.

O estudo que seguidamente se apresenta faz comparações com alguns dos pouco exemplares encontrados no nosso País.

Este capacete, diz-se nesta comunicação  para o “XIII CONGRESSO LUSO-ESPANHOL PARA O PROGRESSO DAS CIÊNCIAS”, “pode considerar-se semi-esférico e pertencente à variante denominada «boné de jóquei» – tomando-se, aliás erròneamente, como pala dianteira o que na verdade é um cobre-nuca”.

Veja-se seguidamente, em desenho, o contorno do capacete do Museu de Lagos (Algarve),

                         digitalizar0002 

 

assim como os pormenores, em tamanho natural, dos ornatos do bordo da aba:

  digitalizar0002(cord.25)    digitalizar0003(cord.26)

 

Este exemplar de Lagos («boné de jóquei») “é do tipo que se filia nos capacetes etruscos do sec.V e fins do sec. IV a. C.  Difere bastante do belo exemplar de Póvoa de Lanhoso, já porque este é um tanto cónico, já porque o único ornato do de Lagos é o pequeno cordão cinzelado no bordo do cobre-nuca, internamente marginado por uma série de pequeninos círculos tangentes, mas podemos considerá-lo de forma igual ao de Vaiamonte (como se pode ver adiante):

O capacete de Lagos :

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e o de Vaiamonte:

 Cap. de Vaiamonte

O de Lagos apresenta também um orifício a meio do bordo do cobre-nuca, para enfiamento da cadeia de suspensão e “dois de cada lado, como, por exemplo, no de Lulliana (Fig. seguinte, exemplar do Museo de la Sociedad Arqueologica de Lulliana de Palma),

 Cap.deLulliana 

para fixação do francalete de couro ou do grilhão metálico que se firmava no queixo do portador do capacete; e ainda também aos lados, como no exemplar de Vaiamonte, as virolas em que se enfiavam os guarda-faces ou «paragnathides»”. Resta-nos lembrar que o ornato em pequeninos círculos tangentes é muito frequente em artefactos da Idade do Ferro e mostrar a separata de 1950, do Tomo VIII, da 7ª Secção de Ciências Históricas e Filológicas de Lisboa a que esta magnífica peça arqueológica deu lugar:

                     

O Capacete Céltico de Lagos (1950) O Capacete Céltico,pg-393O Capacete Céltico,pg-394O Capacete Céltico,pg-395O Capacete Céltico,pg-396 O Capacete Céltico,pg-397

O Capacete Céltico,pg-398 O Capacete Céltico,EST-1ª O Capacete Céltico,EST-2ª O Capacete Céltico,EST-3ª O Capacete Céltico,EST-4ª O Capacete Céltico,EST-5ª

O Capacete Céltico,EST-6ª, sendo que o último capacete indicado na última estampa é, segundo Prof. Carlos Teixeira, o da Póvoa de Lanhoso.