ALCALAR , ALJEZUR {MONTE DA VÁRZEA - ROGIL – MONTE DO CLÉRIGO – SAMOQUEIRA} , ALMADENINHA , BENSAFRIM {FONTE VELHA – SERRO DO MOINHO – FRONTEIRA } , LUZ DE LAGOS { LAJES } , ALVOR , SÃO SEBASTIÃO DE LAGOS {CALDEIROA} são nomes de locais directamente ligados às primeiras investigações do Dr. José Formosinho e aos objectos da Iª Idade do Bronze por ele recolhidos ou a ele oferecidos e que, de algum modo, deram origem à Secção de Arqueologia do Museu que entretanto o Dr. Formosinho se esforçava por organizar.
Além do mais, todos estes objectos são importantes, porque caracterizam a arqueologia do Algarve, em especial a da região que os antigos chamaram de “Sacrum Promontorium”, região de especial predilecção cultural do Dr. José Formosinho!
ALCALAR ou ALCALÁ (ver neste blogue a etiqueta respectiva) – Estação arqueológica descoberta em 1880, pelo Padre José Nunes da Glória, Prior da Freguesia da Mexilhoeira Grande e que à sua custa explorou o Monumento nº 1. Dois anos mais tarde Estácio da Veiga, encarrega-o da restante exploração e ocupa-se dela nas suas “ANTIGUIDADES MONUMENTAES DO ALGARVE”, confessando ser esta a mais importante das estações por ele estudadas, tornando-a assim mundialmente conhecida.
Bastante mais tarde, o Dr. Formosinho fez uma visita de estudo ao local, em 16 de Janeiro de 1932, com o intuito de inspeccionar a zona que se encontrava já completamente entulhada e com alguns dos monumentos completamente destruídos.
Tratava-se de elaborar um orçamento que permitisse resgatar a Estação Arqueológica. Assim, se retiram do caderno de campo do Dr. Formosinho, as notas que, em Agosto de 1933, ele tomou do custo dos trabalhos e de que se apresenta seguidamente um exemplo :
Com essas obras de restauro, acabou o Dr. Formosinho, por descobrir mais 5 dolmen-sub-tumuli e por recolher mais alguns objectos muito interessantes,
como, por exemplo, aqueles cujo registo aqui se copia e que, conjuntamente com os provenientes das outras origens já indicadas, podem ser hoje, ainda, apreciados no Museu Dr. José Formosinho :
Destaque-se principalmente a placazinha de oiro, muito delgada, com ornato repuxado e cuja fotografia se apresenta de seguida. Talvez seja fragmento de diadema e tem as seguintes medidas: comp.,0,045 m; larg.max., 0,024 m; espes., 0,0005 m.; peso, 5 miligramas; a sua entrada, no Museu, ficou registada com o nº 208, em Agosto de 1933.
ALJEZUR, localidade bem importante, à qual se encontra ligada a descoberta do “CAPACETE CÉLTICO” (Ver neste blogue a respectiva etiqueta), com o seu Monte da Várzea :
Em Janeiro de 1933, o Dr. Formosinho dirigiu-se a este local afim de o inspeccionar. Tratava-se de um dólmen coberto pela respectiva mamoa, tudo já destruído à sua chegada.
Mesmo assim ainda conseguiu recolher elementos como alguns dos que a seguir se mostram:
em que se distinguem especialmente, o botão de osso, lenticular, plano-convexo, com dois orifícios na face plana, o fragmento da serra de sílex e as pontas de seta :
De modo semelhante nas diversas outras localidades enunciadas como, por exemplo, no
Rogil, : com um machado de fibrolite muito bem polido,
e um Ídolo-placa votiva, de xisto, ornamentada com triângulos, em uma só face :
ou em Almadeninha , com o seu punhal de cobre, ou machado de bronze, muito pequeno e relativamente espesso, ou ainda braceletes de cobre,
ou a sua cista
ou ainda o Serro do Moinho em Bensafrim, com o seu Ídolo de xisto rijo, negro, com a forma aproximada de um grande machado de pedra polida e de secção transversal elíptica :
Tudo isto mereceu uma comunicação para o Seminário de Arqueologia da Universidade de SALAMANCA, em 1953, como “HOMENAJE A CESAR MORAN BARDON” que se apresenta seguidamente :
Demos assim uma vista de olhos, necessariamente incompleta (por exclusão dos espólios obtidos nas Necrópoles das Caldas de Monchique,) pelo BRONZE MEDITERRÂNICO DO MUSEU REGIONAL DE LAGOS, hoje, Museu Municipal Dr. José Formosinho.
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