domingo, 17 de junho de 2012

O BRONZE MEDITERRÂNICO DO MUSEU REGIONAL DE LAGOS

ALCALARALJEZUR  {MONTE DA VÁRZEA - ROGILMONTE DO CLÉRIGO – SAMOQUEIRA} ,   ALMADENINHABENSAFRIM  {FONTE VELHA – SERRO DO MOINHO – FRONTEIRA } ,    LUZ DE LAGOS  { LAJES }ALVOR ,  SÃO SEBASTIÃO DE LAGOS {CALDEIROA}  são nomes de  locais directamente ligados às primeiras investigações do Dr. José Formosinho e aos objectos da Iª Idade do Bronze por ele recolhidos ou a ele oferecidos e que,  de algum modo, deram origem à Secção de Arqueologia do Museu que entretanto o Dr. Formosinho se esforçava por organizar.

Além do mais, todos estes objectos são importantes, porque caracterizam a arqueologia do Algarve, em especial a da região que os antigos chamaram  de  “Sacrum Promontorium”, região de especial predilecção cultural do Dr. José Formosinho!

 

ALCALAR ou ALCALÁ (ver neste blogue a etiqueta respectiva) – Estação arqueológica descoberta em 1880, pelo Padre José Nunes da Glória, Prior da Freguesia da Mexilhoeira Grande e que à sua custa explorou o Monumento nº 1.  Dois anos mais tarde Estácio da Veiga, encarrega-o da restante exploração e ocupa-se dela nas suas “ANTIGUIDADES MONUMENTAES DO ALGARVE”, confessando ser esta a mais importante das estações por ele estudadas, tornando-a   assim  mundialmente conhecida.

Bastante mais tarde, o Dr. Formosinho fez uma visita de estudo ao local, em 16 de Janeiro de 1932, com o intuito de inspeccionar a zona que se encontrava já completamente entulhada e com alguns dos monumentos completamente destruídos.

SCAN0028

Tratava-se de  elaborar um orçamento que permitisse resgatar a Estação Arqueológica.  Assim, se retiram do caderno de campo do Dr. Formosinho, as notas que, em Agosto de 1933, ele tomou  do custo dos trabalhos e de que se apresenta seguidamente um exemplo :   

SCAN0029

    

Com essas obras de restauro, acabou o Dr. Formosinho, por  descobrir mais 5 dolmen-sub-tumuli e por recolher mais alguns objectos muito interessantes,

 RegGer,Alcalar-1   RegGer,Alcalar-2  como, por exemplo, aqueles cujo registo aqui se copia e que, conjuntamente com os provenientes das outras origens já indicadas,  podem ser hoje, ainda, apreciados no Museu Dr. José Formosinho :

 

 MVC-028S

 museuArqueo3 museuArqueo4 museuArqueo5

Destaque-se principalmente a placazinha de oiro, muito delgada, com ornato repuxado e cuja fotografia se apresenta de seguida.  Talvez seja fragmento de diadema e tem as seguintes medidas: comp.,0,045 m; larg.max., 0,024 m; espes., 0,0005 m.; peso, 5 miligramas;  a sua entrada, no Museu, ficou registada com o nº 208, em Agosto de 1933.

                   Lâmina de ouro  

 

ALJEZUR, localidade bem importante, à qual se encontra ligada a descoberta do “CAPACETE CÉLTICO” (Ver neste blogue a respectiva etiqueta), com o seu Monte da Várzea :

Em Janeiro de 1933, o Dr. Formosinho dirigiu-se a este local afim de o inspeccionar. Tratava-se de um dólmen coberto pela respectiva mamoa, tudo já destruído à sua chegada.

Mesmo assim ainda conseguiu recolher elementos como alguns dos que a seguir se mostram:

Bronze Medº II Bronze Medº III

em que se distinguem especialmente, o botão de osso, lenticular, plano-convexo, com dois orifícios na face plana, o fragmento da serra de sílex e as pontas de seta :

Bronze Medº I

De modo semelhante nas diversas outras localidades enunciadas como, por exemplo, no

Rogil, : com um machado de fibrolite muito bem polido,

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e  um Ídolo-placa votiva, de xisto, ornamentada com triângulos, em uma só face :

Placa votiva- Rogil-Aljezur

 

ou em Almadeninha , com o seu punhal de cobre, ou machado de bronze, muito pequeno e relativamente espesso, ou ainda braceletes de cobre,

  MVC-001S 

ou a sua cista

SCAN0274-Cista de Almadeninha

ou ainda o Serro do Moinho em Bensafrim, com o seu Ídolo de xisto rijo, negro, com a forma aproximada de um grande machado de pedra polida e de secção transversal elíptica :

 MVC-003S-Ídolos do Cerro do Moinho e dasLajes , etc., etc.

 

Tudo isto mereceu uma comunicação para o Seminário de Arqueologia da Universidade de  SALAMANCA, em 1953, como “HOMENAJE A CESAR MORAN BARDON” que se apresenta seguidamente :

 

Salamanca 1953-CAPASalamanca,pg-97Salamanca,pg-98Salamanca,pg-99Salamanca,pg-100Salamanca,pg-101

Salamanca,pg-102Salamanca,pg-103Salamanca,pg-104Salamanca,Est-ISalamanca,Est-IISalamanca,Est-III

Salamanca,Est-IVSalamanca,Est-VSalamanca,Est-VISalamanca,pg-105Salamanca,pg-106salamanca,pg-107

Salamanca,pg-108Salamanca,pg-109Salamanca,pg-110Salamanca,pg-111Salamanca,pg-112Salamanca,pg-113

Salamanca,pg-114Salamanca,pg-115Salamanca,pg-116Salamanca,pg-117 FIM

 

Demos assim uma vista de olhos, necessariamente incompleta (por exclusão dos espólios obtidos nas Necrópoles das Caldas de Monchique,) pelo BRONZE MEDITERRÂNICO DO MUSEU REGIONAL DE LAGOS, hoje, Museu Municipal Dr. José Formosinho.

 

 

 

 

                                             

 

 

 

                 

 

                         

                                                             

 

 

 

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