terça-feira, 1 de maio de 2012

MONCHIQUE (VESTÍGIOS DOS ROMANOS NAS CALDAS)

Ao “I CONGRESSO LUSO-ESPANHOL DE HIDROLOGIA”, em 1948, o Dr. José Formosinho apresentou um estudo, apresentando documentos autênticos que certificam a utilização que os Romanos fizeram das águas termais de Monchique.
Até então, os objectos encontrados nas Caldas de Monchique, provavam ter esta região sido habitada desde a pré-historia;  o próprio Dr. Formosinho, em suas espaçadas pesquisas por diversas escavações, normalmente coincidentes com as suas normais estadias, de Verão, nas Termas, para alívio das suas queixas de reumatismo, colhera já alguns interessantes objectos das épocas neolítica e do cobre ou bronze.
Porém, no princípio dos anos 30, um trabalhador, Inácio Galego, encontrou, próximo das Caldas, no sítio do Cortês, uma grande porção de moedas romanas, bronzes médios, todas dos sec. III e IV, confirmando assim, o que em 1906, o Dr. João Bentes Castel-branco, afirmara no seu estudo “Estação  Climatérica e Sanitária das Caldas de Monchique”.
E aqui começou a germinar a ideia, aliás reforçada pelo aparecimento de restos de construções, de que as Caldas de Monchique teriam sido frequentadas  pelos habitantes do Sul do País, pelo menos desde o tempo dos Romanos.
Em 1942, porém, acabaram as dúvidas; apareceram construções de alvenaria e de tijolos formando tinos com vestígios de mosaico e de encanamento de águas, para além de UMA ARA VOTIVA que o Dr. Formosinho estudou pormenorizadamente em 1943 e que afinal  prova que há quase dois mil anos já as Caldas de Monchique eram tidas como ÁGUAS SAGRADAS, quer dizer, que tinham merecimento por serem banhos medicinais, ou a que atribuíam o mérito de curar.
Vale a pena ver a interpretação da Ara Votiva, estudada pelo  Dr. Formosinho e que se pode ler no trabalho que, no final, apresentamos.
Para além, ainda de fragmentos de mosaicos policromos, de lucernas, bicos, alfinetes de bronze ou de prata, tijolos, de IMBRICES (espécie de telha curva, do tipo denominado mourisco, se bem que seu intenso uso venha logo do início da época romana), chama-se ainda a atenção para um Braço de Estátua e uma Estatueta de Bronze, que é  bem romana, como afirma o Dr. Formosinho: “o proporcionado da figura envolvida em sua túnica que parece cobrir também a nuca, deixa bem visível à frente o típico penteado das Romanas”.
Eis seguidamente o trabalho do Dr. Formosinho:
Caldas de Monchique-capa Vestígios dos Romanos,pg-3     C.Monchique-pgs 4,5  C. Monchique-pgs 6,7
C.Monchique-pgs 8,9  C.Monchique-pgs 10,11  C.Monchique-FIM

Pode afirmar-se que em simultâneo com  a Estação da Abicada, foi o Concelho de Monchique que o Dr. Formosinho mais estudou, mais investigou e de que mais estudos publicou;   ou isoladamente, ou com os seus grandes Amigos e Colegas Arqueólogos Prof. Abel Viana e Eng. Octávio da Veiga Ferreira.
É o que, se Deus o permitir, veremos seguidamente com a publicação dos estudos feitos sobre várias Estações Arqueológicas do Concelho de Monchique e  que se encontram esgotados.

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