Em 1945, o Dr. José Formosinho iniciou uma campanha destinada a revitalizar a construção “desse tão regional adorno das habitações do nosso Algarve, hoje bastante esquecido em Lagos”, como afirma no “Jornal de Lagos” de 10 de Fevereiro e em que anuncia a abertura de um “CONCURSO DE CHAMINÉS ALGARVIAS”
Cerca de um mês depois, chegava ao “Jornal de Lagos” a primeira reacção à notícia, com um forte aplauso à iniciativa por parte de alguém, estudioso-entusiasta da chaminé algarvia, o Dr. Cardoso Martha:
Entretanto o Dr. Formosinho corria por esse Algarve fora à procura de exemplares característicos da CHAMINÉ ALGARVIA, desenhando, fotografando, estudando e contactando o seu Amigo, Prof. Samora Barros que, na Escola Industrial de Silves, ensinava e que era especialista na matéria; dele acolheu alguns preciosos ensinamentos. São desse tempo os desenhos que o Dr. Formosinho fez e de que, a seguir, se apresentam alguns:
Aqui se indica que a altura total que cada pessoa deseja dar à sua chaminé deve ser dividida em quatro partes iguais, como indicam estes dois primeiros desenhos
O 3º desenho indica-nos algumas variantes existentes, em 1945, em Tunes e em Loulé.
O desenho seguinte dá-nos já uma indicação das tendências de construção, segundo as épocas, mais antiga, ou mais moderna de então.
O outro desenho dá-nos uma ideia da maior ou menor inspiração de momento, dos pedreiros que as construíram:
E porque ainda assim algumas dúvidas se suscitassem sobre qual o genuíno material do tipo da verdadeira chaminé algarvia, veio o Dr. Formosinho, cerca de um mês depois, explicar que “de uma maneira geral é indispensável que o seu ornamento principal seja telha e ladrilho”. Isto é, o pedreiro ia desenvolvendo o seu trabalho segundo a inspiração de momento, mas só podendo utilizar no seu ornamento a telha e o ladrilho
o que desde logo excluía as chamadas “chaminés de fábrica”, (então no início do seu fabrico) muito rendilhadas, como as que a seguir se explicitam e geralmente mais utilizadas no Sotavento Algarvio :
Pouco depois era o “Diário do Alentejo” que também manifestava o seu caloroso apoio à iniciativa:
O Prof. Samora Barros foi posteriormente chamado a fazer palestra sobre a construção das ditas chaminés. Apresentou igualmente séries de desenhos seus, ilustrativos das ditas construções, desenhos que ainda hoje se mantêm no Museu.
Mostram-se seguidamente fotografias de alguns interessantes exemplares de chaminés algarvias, então existentes em Lagos.
Igualmente se apresentam o desenho, em planta, do levantamento feito pelo Dr. José Formosinho, dos locais numerados de onde se podiam ver os diversos exemplares fotografados e ainda um seu esboço de estudo de uma chaminé algarvia :
Entretanto na sua própria casa, em Lagos haveria de mandar construir uma chaminé “sui generis” com cata-vento,
enquanto continuava a colher elementos fotográficos ao longo de todo o Algarve, conseguindo a bela colecção que agora se pode admirar:
As inspirações de certos pedreiros foram permitindo construções de magníficos exemplares de chaminés que já deixavam adivinhar o aparecimento de modelos rendilhados posteriormente moldados em fábricas (e portanto com menor valor artístico) ! São exemplos de algumas dessas autênticas obras de arte, as que seguidamente se apresentam:
A VERDADEIRA CHAMINÉ ALGARVIA ! AÍ FICA PARA RECORDAÇÃO DE UMA ARTE BELA QUE JÁ NÃO VOLTA !
Belos exemplares!
ResponderEliminarGostei deste acervo fotográfico.
A agradecer o comentário de que só hoje tive conhecimento.
EliminarMuito boas estas chaminés e desenhos fantásticos. Já partilhámos no facebook: http://www.facebook.com/oldportuguesestuff
ResponderEliminarMuito grato pelo comentario
ResponderEliminarCan you comment on the story that these chimneys derive from Islamic minarets? I don't believe this, but I am curious to know how the story got started. I have written about this on my blog:
ResponderEliminarhttp://peterhousehold.blogspot.ie/2014/07/algarve-chimneys.html