ALCALÁ ou ALCALAR
Sítio na Freguesia da Mexilhoeira Grande onde se encontram os mais perfeitos monumentos pré-históricos do Algarve (Antiguidades Monumentais do Algarve (A.M.); I - 213 a 239; III – 131 a 251).
O nome árabe é ALCALÁ ; em A.M., vol. III, pagª 131 pode ver-se alçado e planta desta estação clássica da época de transição para os metais; a descrição do início dos trabalhos de campo pode ler-se nas folhas da caderneta de campo do Dr. Formosinho e que a seguir se apresentam:
As seguintes fotos mostram a descoberta da cripta assim como a continuação da galeria de modo a que em Janeiro de 1932 já era possível estudar-se e verificarem-se as formas das suas construções
(desenho existente no “Museu Regional de Lagos” , hoje Museu Dr. José Formosinho)
Vejamos então a sequência dos trabalhos de campo do Dr. J. Formosinho, pelas suas fotos de trabalho e pelos seus cadernos de campo com as respectivas anotações respeitantes aos diversos túmulos trabalhados.
TÚMULO Nº 1 (antes)
PRINCÍPIO DA CRYPTA DO Nº1
Grande cilindro, no Monte Canelas – Alcalar, com cavidades laterais e muitos vestígios romanos. Foi escavado até 1 metro de profundidade, continuando ainda enterrado.
Nº 2 – Vidigal Velho
Nº 2 - Começo da galeria
Nº 3 – Estado inicial
Nº – 4 (como se encontrava)
Nº 7 – antes da desobstrução
E agora
Acabou assim o Dr. Formosinho por descobrir ainda mais 5 dolmen-sub-tumuli, embora só um tenha fornecido alguns objectos bastante interessantes da época neolítica (Agº/Setº/1933) e de cuja entrada no Museu se podem destacar, com os respectivos registos :
Refira-se o interesse do objecto registado com o n.º 208, lâmina lavrada em ouro, da época neolítica e salientem-se os machados, o almofariz ou graal de pedra, a pedra amuleto e um possível ídolo de xisto.
Leia-se agora o que sobre ALCALAR foi comunicado para o “SEMINÁRIO DE ARQUEOLOGIA DE LA UNIVERSIDAD DE SALAMANCA” em 1953, na “HOMENAJE A CESAR MORAN BARDON”, por Abel VIANA, José FORMOSINHO e O. da VEIGA FERREIRA :
com as seguintes imagens e estampas:
Felicito a família do Dr. Formosinho pela divulgação desta documentação que espelha muito do quotidiano deste ilustre arqueólogo lacobrigense. Só hoje, através do Rui Formosinho, tive conhecimento deste blog que felicito! Fixa-se asim a memória de um homem que foi persistente no estudo e investigação e que lutou com dignidade pelo património histórico. Regista-se também os dissabores da incúria e negligência dos poderes instituídos e das redes de interesses, que neste país se têm sobreposto sempre aos verdadeiros interesses da cultura. Adorei especialmente as imagens dos caderninhos de campo: os primeiros registos de um investigador emocionado com a sua descoberta ... obrigada!
ResponderEliminarGlória Paula