Do pré-romano ao árabe no Museu Regional de Lagos

Em 1953, o Dr. José Formosinho apresentou, ainda em colaboração com Abel Viana, e O. Veiga Ferreira, uma comunicação científica ao Instituto de Arqueologia e Pré-história “RODRIGO CARO”, de Madrid, sobre os principais objectos, que, representativos da Arqueologia do Algarve, tinham sido por ele recolhidos neste Museu, desde 1932 !

Na realidade faltava uma relação de conjunto que abrangesse todos os exemplares pré-romanos, romanos, visigóticos e árabes aqui existentes, excluindo embora os materiais romanos e pré-romanos do Monte Molião já publicados, em artigo especial, na RGuim LXII, 1952, 1-2 :  “Alguns objectos inéditos do Museu Regional de Lagos-Monte Molião”.

 

Comecemos então por Bensafrim (Concelho de Lagos):

Cerca de O Álamo, Monte do Cágado, Corte de Pêro Jacques  e Fonte Velha  são locais de onde o Dr. Formosinho conseguiu salvar  inúmeros e valiosos objectos da destruição !

De Aljezur, Vila Algarvia, já explorada por Estácio da Veiga (Ant. Mon. do Algarve I e IV, 1886 e 1891),

ou de Budens (Concelho de Vila do Bispo),

de que podemos destacar a Laja da Figueira, o Capacete Céltico de Aljezur, os Anéis de Bronze, as Contas de Vidro Azul, ou o Lacrimatório de Barro, etc.,

NECROPOLIS DE LAS CALDAS DE MONCHIQUE

Como já se sabe as investigações arqueológicas nos arredores das Caldas de Monchique começaram em Maio de 1937, pelo Buço Preto, com o Dr. José Formosinho e o Prof. Abel Viana.

Em 1945, O. Veiga Ferreira, juntou-se ao grupo e prosseguiram os estudos.

Este trabalho sobre as “Necrópoles das Caldas de Monchique” refere-se à campanha de explorações arqueológicas efectuadas até final de 1948, visando especialmente sepulturas de dois grupos: o do primeiro período do Bronze (anterior a Alcalar)  e o do Bronze mediterrânico.

Do primeiro período contam cistas megalíticas ou pequenas galerias cobertas incluídas em mamoas e cujas localização se mostra seguidamente no pormenor da página 2, do trabalho apresentado:  

Foram estudadas as diferentes formas de sepulturas e repartidas por três grupos : as de forma grosseiramente rectangular, como indicado na fig. 3;  ou grosseiramente elipsoidal (fig. 7) ;  ou, como na fig. 12, um dos túmulos da Belle France de forma trapezoidal mais ou menos acentuada.

Em conclusão foram estudadas trinta sepulturas, todas incluídas em mamoas, com cerca de 2000 anos a. C. e vinte e sete cistas, vinte e uma das quais no mesmo local, sendo na sua maioria de tipo argárico.    

Apresentamos de seguida o estudo apresentado em Madrid em 1950.