segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

RECORDANDO A VERDADEIRA CHAMINÉ ALGARVIA :

Em 1945, o Dr. José Formosinho iniciou uma campanha destinada a revitalizar a construção “desse tão regional adorno das habitações do nosso Algarve, hoje bastante esquecido em Lagos”, como afirma no “Jornal de Lagos” de 10 de Fevereiro e em que anuncia a abertura de um “CONCURSO DE CHAMINÉS ALGARVIAS”

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   Cerca de um mês depois, chegava ao “Jornal de Lagos” a primeira reacção à notícia, com um forte aplauso à iniciativa por parte de alguém, estudioso-entusiasta da chaminé algarvia, o Dr. Cardoso Martha:     

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Entretanto o Dr. Formosinho corria por esse Algarve fora à procura de exemplares característicos da CHAMINÉ ALGARVIA, desenhando, fotografando, estudando e contactando  o seu Amigo, Prof. Samora Barros que, na Escola Industrial de Silves, ensinava e que era especialista na matéria; dele acolheu alguns preciosos ensinamentos.    São desse tempo os desenhos que o Dr. Formosinho fez e de que, a seguir, se apresentam alguns:

1- estudo de construção  de chaminé algarvia Aqui se indica que a altura total que cada pessoa deseja dar à sua chaminé deve ser dividida em quatro partes iguais, como indicam estes dois primeiros desenhos

2- exemplos de estudos

O 3º desenho indica-nos algumas variantes existentes, em 1945, em Tunes e em Loulé.

 3- estudos diferentes

O desenho seguinte dá-nos já uma indicação das tendências de construção, segundo as épocas, mais antiga, ou mais moderna de então.

 4- diferenças de época

O outro desenho dá-nos uma ideia da maior ou menor inspiração de momento, dos pedreiros que as construíram:

5- e diferenças de locais 

E porque ainda assim algumas dúvidas se suscitassem sobre qual o genuíno material do tipo da verdadeira chaminé algarvia, veio o Dr. Formosinho, cerca de um mês depois, explicar que “de uma maneira geral é indispensável que o seu ornamento principal seja telha e ladrilho. Isto é, o pedreiro ia desenvolvendo o seu trabalho segundo a inspiração de momento, mas só podendo utilizar no seu ornamento a telha e o ladrilho

SCAN0664        o que desde logo excluía as chamadas “chaminés de fábrica”, (então no início do seu fabrico) muito rendilhadas, como as que a seguir se explicitam e geralmente mais utilizadas no Sotavento Algarvio :

chaminé de fábrica-1  ou  chaminé de fábrica-2

Pouco depois era o “Diário do Alentejo” que também manifestava o seu caloroso apoio à iniciativa:

SCAN0666

O Prof. Samora Barros foi posteriormente chamado a fazer palestra sobre a construção das ditas chaminés. Apresentou igualmente séries de desenhos seus, ilustrativos das ditas construções, desenhos que ainda hoje se mantêm no Museu.


Chaminés   chaminés algarvias no Museu



Mostram-se seguidamente fotografias de alguns interessantes exemplares de chaminés algarvias, então existentes em Lagos.

Igualmente se apresentam  o desenho, em planta, do levantamento feito pelo Dr. José Formosinho, dos locais numerados de onde se podiam ver os diversos exemplares fotografados e ainda um seu esboço de estudo de uma chaminé algarvia :

                       locaisde Lagos de onde são vistas as chaminés                         Estudo

 Lagos de 13,15  Lagos de 14, 17,18,19  Lagos de 13,15  Lagos de 13,17

Entretanto na sua própria casa, em Lagos haveria de mandar construir uma chaminé “sui generis” com cata-vento,

                 Lagos casa Dr. José Formosinho     enquanto continuava a colher elementos fotográficos ao longo de todo o Algarve, conseguindo a bela colecção que agora se pode admirar:                              

 Faro-32  Loulé-23  Lagos-15  Faro-38  Almancil-31

Faro-s. núm.  39  Faro-22  Faro-30  43

Faro-21 (2)  36  37 Faro(Almancil)-29 Faro(Almancil)-33

Faro-28  Lagos de 17.34  Faro   Loulé

  Faro-2 SCAN0242 SCAN0243SCAN0244 Lagos  41

 SCAN0245  SCAN0606 SCAN0607 SCAN0608 SCAN0622

 SCAN0624 SCAN0625  SCAN0629  SCAN0630  SCAN0626

 

 SCAN0628 SCAN0633 SCAN0634 SCAN0631

SCAN0636  SCAN0638  SCAN0627 SCAN0637  SCAN0632
SCAN0641SCAN0643 SCAN0645 SCAN0646SCAN0642SCAN0640     SCAN0648SCAN0649 SCAN0644


SCAN0647SCAN0652SCAN0653SCAN0662-R. Gen. Alberto da SilveiraSCAN0651SCAN0635SCAN0650 Loulé-23,27   Loulé-24,25,27 Loulé-26


As inspirações de certos pedreiros foram permitindo construções de magníficos exemplares de chaminés que já deixavam adivinhar o  aparecimento de modelos rendilhados posteriormente  moldados em fábricas (e portanto com menor valor artístico) !        São exemplos de algumas dessas autênticas obras de arte, as que seguidamente se apresentam:

   Caliços-Biogal Estação de Nexe  Esteval

Faro-nuv.  Faro-rend.   S. Lourenço-2 S. Bábara de Nexe

S. Lourenço  S.João da Venda    S.Bárbara N.

A VERDADEIRA CHAMINÉ ALGARVIA !    AÍ FICA PARA RECORDAÇÃO DE UMA ARTE BELA QUE JÁ NÃO VOLTA !